O “chuto na santa”, o maior escândalo religioso do Brasil
A igreja de Edir Macedo não teria de esperar muito até se ver envolvida num dos maiores escândalos religiosos de que há memória no Brasil: o célebre ‘chuto na santa’. A 12 de outubro de 1995, dia em que se assinala o feriado nacional em honra de Nossa Senhora de Aparecida, a padroeira do Brasil, o bispo Sérgio von Helde insultou, esmurrou e pontapeou uma estátua daquela invocação de Nossa Senhora, durante o programa “O Despertar da Fé”, da Rede Record.
Durante alguns minutos, o bispo, que apresentava aquele programa matinal na emissora, criticou a tradição católica de venerar imagens de santos — que as igrejas protestantes consideram idolatria — e pontapeou a estátua para provar que se tratava apenas de um objeto. A atitude chocou o país, maioritariamente católico, e desencadeou dezenas de processos em tribunal contra Von Helde e a IURD, por intolerância religiosa. Tanto a conferência episcopal brasileira como as próprias igrejas evangélicas do Brasil condenaram a atitude.
O episódio do ‘chuto na santa’ foi de tal maneira grave que o próprio Edir Macedo teve de intervir e fazer um pedido de desculpas público. Mas, na sua autobiografia, prefere desvalorizar as agressões, acusando os meios de comunicação social de terem repetido as imagens até à exaustão para “incitar os católicos” contra a IURD. Von Helde acabaria por abandonar a IURD depois do episódio.
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