A chegada a Portugal e a nega da Aliança Evangélica
A Igreja Universal instalou-se em Portugal em 1989 quando, conta Edir Macedo na sua autobiografia, o bispo Paulo Roberto Guimarães inaugurou o primeiro templo num “pequeno salão” na Estrada da Luz, em Lisboa. O primeiro culto contou com a presença de menos de 20 pessoas e o número de fiéis foi-se multiplicando “muito devagar”, porque “o preconceito era muito forte”, relata o bispo.
A estratégia de expansão utilizada no Brasil foi replicada em Portugal: chegar aos meios de comunicação. Apesar da resistência, o pastor conseguiu arranjar um espaço na rádio e, três anos depois, a igreja conseguiu alugar um espaço de 30 minutos na SIC.
A integração da IURD em Portugal esteve longe de ser pacífica. Logo nos primeiros anos, o bispo Edir Macedo deslocou-se a Lisboa para uma reunião com a Aliança Evangélica Portuguesa, associação que congrega todas as igrejas evangélicas do país. Na altura, explica Macedo no seu livro, era preciso ser aceite naquela associação para que a IURD conseguisse o registo de atividade religiosa. Na autobiografia, Edir Macedo conta que a reunião acabou por ser em vão.
O pedido de adesão da IURD foi rejeitado pela Aliança Evangélica Portuguesa porque as práticas da Igreja Universal não se adequavam ao Evangelho, segundo a Comissão Consultiva de Ética e Teologia da Aliança explicou na altura à revista Visão. Ao Observador, o presidente da AEP, António Calaim, disse recentemente que a doutrina e prática da IURD “não respeitam os valores e os princípios da Aliança Evangélica”, pelo que “dificilmente” a IURD poderá ser reconhecida enquanto igreja evangélica ou filiada na organização.
“Com Aliança ou sem Aliança, orientei os nossos bispos e pastores a seguir em frente, sem olhar para qualquer tipo de discriminação ou desdém com o nosso trabalho”, escreve Edir Macedo no seu livro. A partir dali, as polémicas sucederam-se.
Conteúdo site OBSERVADOR